Conhecer a fundo as características da madeira das espécies florestais e adotar a melhor solução técnica nem sempre garante uma derrubada segura. Pode ser necessário recorrer a equipamentos específicos para o controle da direção de queda da árvore. O correto dimensionamento do entalhe de direção e a criação de uma charneira de espessura adequada ao diâmetro da árvore e às características da madeira são indispensáveis, mas nem sempre suficientes. Alforra e madeira podre na base do tronco, desenvolvimento não uniforme da copa ou uma inclinação excessiva do tronco podem comprometer o bom andamento da operação, com uma queda na direção menos indicada. Às vezes, não se trata de um fato grave, já que isso comporta apenas mais tempo dedicado ao deslocamento da árvore derrubada, mas geralmente surgem complicações que aumentam o nível de risco das operações seguintes.
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Para não errar, o lenhador pode contar com um equipamento desenvolvido e patenteado por Simon Faure durante a Segunda Guerra Mundial: é o Tirfor, um guincho portátil de cabo passante com corrida ilimitada para levantamento e tração de cargas. Trata-se de um equipamento muito simples, versátil e leve (facilmente transportável), que encontra no âmbito florestal vasta gama de utilização, tornando-se indispensável.
O mecanismo de tração não enrola o cabo de aço em um tambor, como normalmente acontece em ganchos comuns, mas é lançado e, em seguida, feito escorrer de modo retilíneo por duas pinças, que realizam um movimento similar ao feito por duas mãos. Usando uma alavanca telescópica, o operador comanda o movimento de abre e fecha das pinças e, desse modo, o arrastamento do cabo. Para uma rápida ancoragem em qualquer ponto fixo (no setor florestal tipicamente é em uma árvore), o Tirfor vem equipado, em função do modelo, com um dispositivo de gancho ou de pino.
O principal fabricante de guinchos manuais de cabo passante é o grupo Tractel, que comercializa duas gamas de Tirfor, a T-500D (para uso ocasional) e a TU (para uso profissional intensivo), cada uma estruturada em três modelos com capacidades de carga diferentes. Com o uso de uma ou mais roldanas de reenvio, a capacidade do Tirfor pode ser consideravelmente aumentada, mantendo invariável o esforço do operador na alavanca de acionamento. Para não danificar o cabo, o diâmetro das polias deve ser pelo menos equivalente a 18 vezes a espessura do cabo. Nos modelos TU-8 e TU-16, a ancoragem é constituída por um gancho de segurança com mosquetão, enquanto naquele de capacidade maior, o TU-32, há um pino fixo passante no cárter do equipamento, travado por um alfinete de chaveta.